segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Filosofia

Hoje assisti ao debate sobre Filosofia, com Márica Tiburi e o alemão Theo Ross, na maravilhosa Tarrafa Literária.

E foi falado sobre um monte de coisas a respeito da formação do pensamento em benefício da nossa personalidade, a respeito da confiança e realização.
E tudo o que ela disse faz muito sentido.

Não sei como ocorre com os outros, mas minha cabeça é um imenso imbróglio de questionamentos e idéias, e eu sempre acabo achando as respostas com outras perguntas, e tudo isso vira um ciclo vicioso de pensamentos destrinchados até o seu último recurso.

Eu me achava fora do mundo quando buscava as respostas. Era como se eu precisasse delas pra começar a viver. Mas venho percebendo ultimamente (e essa percepção teve um grande avanço no dia de hoje), que as respostas não são o objetivo, e sim, as perguntas. Perguntar a si mesmo sobre todos os desejos e anseios é o que forma as milhões de idéias que fervilham aqui dentro e que são exatamente o que definem minha personalidade. E na verdade, nunca chegaremos a uma resposta definitiva para as coisas.
O ser humano é uma criatura complexa, cheia de extremos, e por isso mesmo, perdida por si só.
O que vale é achar o nosso próprio caminho fazendo aquilo que se gosta, aquilo que a sua alma realmente se sente satisfeita em fazer. Ou 'achar o seu bando' como diria uma amiga.
Se você parar pra reparar nas pessoas á volta, vai perceber que a maioria delas não sabe o que faz ou o que quer. E, começando a pensar nisso, me senti privilegiada por, aos 23 anos, saber exatamente quem sou e o que quero pra minha vida.

Sou cada pedaço infernal de mim.
Muitas pessoas não entendem o significado dessa frase da grande Clarice Lispector que gravei na pele. Pois explico: quero com isso dizer que sou cada sensação que demonstro, cada tristeza e cada sorriso, cada dor e cada prazer, sou exatamente aquilo que quero e preciso ser. Infernal por ser questionador, intrigante, pulsante...

E eu realmente não entendo como podem existir pessoas com medo de serem o que são e desperdiçarem o tempo que é tão precioso com coisas tão pequenas, medíocres e que contradizem as personalidades e prazeres que poderiam existir.
No debate foi colocado em foco o resultado do grande sistema capitalista formado pela publicidade, impulsionando as pessoas a ficarem cada vez mais estúpidas, seguindo a moda pra se 'adequar à sociedade', e realmente isso existe. Claro que jamais saberíamos viver sem sermos consumidores, mas a idéia real é a de que não precisamos seguir uma linha de pensamento, afinal somos livres e temos sorte de vivermos num país livre e democrático. Afinal qual seria a graça no mundo se fôssemos iguais? E me revolta a existência da limitação nas pessoas. Quem disse que fulano não é capaz? Mas fulano acredita que não é, pois foi o que alguém falou. E acaba sendo mais um nas mãos daquela idéia de felicidade comprada, sorrisos e satisfação de fábrica. É inexplicável o fato de existirem pessoas assim, que simplesmente não raciocinam sobre a vida.
Chega a ser deprimente.

Aliás, os sentimentos negativos como a depressão devem ser sentidos da forma mais profunda e não desesperadamente explusos da vida. Afinal, quem é que conhece um ser 100% feliz? O nosso próprio cérebro trabalha pra que nós enfrentemos as dificuldades. Precisamos da melancolia pra termos o prazer de sorrir; dor deve ser sentida, questionada e amenizada. Só que ninguém aceita não ser feliz. E nessa busca pela felicidade a qualquer custo o indivíduo acaba se perdendo num mar de opções de vida, e a fraqueza impera no lugar da sensatez.
Enfim, só de saber que eu enxergo o mundo da forma que enxergo e que sou altruísta o suficiente para espalhar minhas idéias da maneira que me é possível (afinal, somos livres!), eu já fico bem satisfeita, e a revolta diminui por um momento.


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domingo, 6 de setembro de 2009

Tarrafa Literária



Começou no dia 03/09, o 1º Encontro de escritores em Santos, um evento Literário que promete ser um prato cheio pra quem gosta da coisa.

O evento teve a abertura com o show incrível de Arnaldo ANtunes, só voz e violão. Eu claro, aplaudi de pé, afinal consegui meu convite quase como um presente inesperado, e tive a oportunidade de desfrutar da voz de contra-baixo maravilhosa do cantor multi-artista.

"O corpo, se cortado, espirra um líquido vermelho,

O corpo tem alguém como recheio."




Mais em http://www.tarrafaliteraria.com.br/





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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Timidez.

Eu sou uma pessoa que, embora muitas vezes não pareça, possui uma timidez agudíssima, que se manifesta nas horas mais críticas, decisivas.
Hoje saí com uma amiga que morava em outra cidade, distante, e há algum tempo, voltou pra Santos. Fomos em duas das livrarias que eu mais frequento (aliás, que eu frequento ao menos uma vez por semana, nem que seja pra olhar as lindas pilhas de livros), e voltamos pra casa com um convite prum evento literário que promete ser incrível, e algumas dicas de bares que tocam música boa, no centro.
Bom, eu comentei que eu frequento as livrarias ao menos uma vez por semana? Pois bem. Eu fiquei me perguntando: há quanto tempo rolam eventos como esse na minha cidade, e eu não fico sabendo pelo simples motivo intrigante que é a minha timidez ter me travado para conversas casuais nos lugares que eu sempre frequento? E é claro que possíveis 'altos papos' já foram direcionados a mim por várias vezes incontáveis nessas minhas caminhadas solitárias, e é claro que eu, tímida e insegura, não os percebi.
Conversando com essa amiga (a mais psicóloga de todas!) decidi mudar, driblar um defeito que faz somente com que o futuro colorido que eu vejo no meu horizonte vá se tornando cinza e medíocre... E penso que se todos nós fizéssemos exatamente isso, raciocinarmos sobre a própria personalidade e sobre as escolhas tomadas, seríamos mais realizados.
É, eu me sinto realizada quando tomo atitudes que eu sei que me farão, anos mais tarde (num daqueles momentos de reflexão), pensar nas tentativas que eu fiz de me tornar uma pessoa melhor pra mim mesma, e para aqueles que eu quero bem, aqueles com os quais eu realmente me importo.
E o mundo precisa girar, afinal, não é?
O fato de eu permitir que minha timidez me prive de certos momentos e experiências não significa que essas oportunidades estarão esperando eu tomar coragem pra ser (olha que complexo!) exatamente aquilo que eu sou.
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"E pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz." Chico Buarque
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