Hoje é o último dia do ano. Se olhar na tela do computador, no canto direito, abaixo, verá que o calendário confirma isso. Amanhã não é apenas outro dia; é outro ano, onde 365 dias caberão. 365 manhãs, 365 madrugadas. E assim, sucessivamente, parando o calendário e voltando ao 1º de Janeiro. Pois o mundo é assim: dá voltas. Assim como a folhinha que marca a passagem do tempo conforme nós evoluímos (ou deveríamos evoluir). Que cresçamos então. Como pessoa, como filho, como amigo, como ser humano.
Que o próximo ano seja mais colorido, mais vivo, mais ativo;
Que as lições do ano anterior sejam aprendidas e os planos mais bem elaborados;
Que haja mais prudência e menos impulsividade;
Que as promessas feitas a si mesmo sejam cumpridas, não como obrigação - mas pela consciência de que antes de serem promessas, são compromissos consigo mesmo;
Que os amores verdadeiros não se tornem simples breves paixões,
E que a intensidade dos bons sentimentos reprimidos seja vibrante na pele, sem diluir-se depois, como um incêndio lavado pela chuva.
Que cantemos com mais fervor as belas canções que nos deixam mais felizes.
Que pratiquemos nossos hobbies pelo nosso próprio prazer e não para seguir uma massa leviana que pensa pela mídia escancarada em todo lugar.
Que devoremos mais livros, mais rápido, com a ambição frenética de ler cada vez mais pelo magnífico deleite de saborear histórias e fatos;
Que dancemos mais soltos, sem amarras, todos os ritmos inquietos;
Que vejamos mais filmes, mais bonitos, mais detalhados - todos os hobbies contidos num grupo sobre o qual os jornais não citam nas listas de best-sellers, os programas de tv não transmitem no horário de pico dos fins de semana e as bilheterias não indicam como recorde de vendas.
Que nos deixemos absorver pelos sorrisos sinceros, conversas profundas e abraços afetuosos;
Que possamos nos permitir enxergar além dos olhos, da aparência e das frases feitas,
E que tenhamos em mente que cada par de olhos carrega dentro de si uma história inédita e que, com essa certeza, constatemos que não nos cabe qualquer tipo de julgamento (por mínimo que ele seja).
E que, seguindo por este caminho, possamos enxergar o mundo - sabendo que ele não é uma imagem no aparelho caro de televisão, nem uma notícia impressa no jornal diário. O mundo é bem melhor se visto com os próprios olhos e ouvido com os próprios tímpanos. Afinal, neste exato momento tem uma pessoa tentando ser feliz - exatamente como você - seguindo sua própria cultura, baseando-se em seus próprios valores, de acordo com seus próprios ideais. E ninguém é o único a desejar isso.
Que no próximo ano as coisas mudem. Mas que mudem pelo simples fato de haver uma ação; pois é impossível transformar qualquer coisa sem dar um primeiro passo.
Que haja muitos primeiros passos então, embora eu e você saibamos lá no fundo que as mudanças não dependem de uma virada de ano. Afinal é apenas uma data no calendário, para marcar o tempo... Ou vai dizer que você se sente diferente quando o relógio bate meia-noite?