Pessoas são mundos particulares em constante desenvolvimento e mutação.
São terras desconhecidas, vivdas por alguém que jamais se revelará por completo, ainda que exista a convivência e compreensão.
Tentar decifrar pessoas é um esforço em vão. Entendo que não entendo. E nesse não entender, meu conhecimento do outro se limita à imaginação. Imagino quais histórias, dores e prazeres aquela criatura peculiar passou até chegar aqui. Todos os anjos e demônios que possuímos dentro de nós são parte do nosso mundo, peça fundamental para a formação de nossa própria personalidade - aquela que só a gente sabe como se manifesta nas mais diversas situações (ou, ás vezes, não).
Conhecer a si mesmo é a grande sacada de ser. Ser significa consistir em. Consistir em quê?
Grande parte da humanidade não tem idéia de que se consiste a própria essência.
Ao longo dos anos somos inconscientemente influenciados por todos os elementos que compõem nossa evolução natural: nossos pais, amigos, familiares, colegas. As frases que ouvimos, as formas e cores que vemos, o que tocamos, o que sentimos.
Cada pessoa é um universo, uma versão diferente do que se conhece por sentir. E ao conhecer alguém novo, você também muda a si mesmo.
Já foi comprovado cientificamente que nossa formação se dá na convivência com outras pessoas. Nossos pais determinam nossa personalidade ao escolher quem conviverá conosco, quando não temos ainda o discernimento de conviver.
Pegue um mundo inteiro, cheio de conceitos e certezas, misture a outro e você terá um completamente novo. Jamais seremos capazes de definir o próximo, pois cada um sente na alma o que é ser. Portanto não cabe a nós julgar as decisões daquele que jamais viremos a conhecer por completo. Da mesma forma que nenhum outro jamais será capaz de entender quem somos.
Ser é uma obrigação - ainda que cumprida de má vontade. É uma afirmação.
Todos somos. Alguns querendo ser outros, outros sendo mais do que deveriam ser; mas somos. E sem perceber, somos o tempo todo. E sendo quem escolhemos ser, gravamos nossa postura nas memórias dos mundos ao nosso redor. Não há como não ser. Está implícito, ainda que não se queira ser.
Sejamos então. Melhor que seja ciente do que realmente se é.
