domingo, 27 de março de 2011

Dando as caras (e dando duro!)

E aí que a vida tá corrida.
Desde o último post eu deixei o cabelo crescer, deixei paranóias de lado, engordei uns quilinhos (alguns dizem que fiquei melhor assim, agora eu olho no espelho e penso "that's my ass? really?''), corri atrás de bolsa pra faculdade, consegui a bolsa, me apaixonei pelo curso, pensei em desistir da bolsa, descobri a línguística, fiz piadas do tipo 'saussure for agora!', conheci gente muito legal e inteligente, chorei com o stress... Bom, vou contar essa história direito.

Comece pelo começo...
Este ano eu decidi que ia parar de olhar tanto pra mim mesma (não do tipo egoísta mas do tipo paranóica) e começar a olhar pro mundo ao meu redor. Isso melhorou o meu estado de espírito. A LOT. Parando de encanar com meu próprio eu, parei também de achar que tinha engordado demais. Oras, eu ganhei bunda, bochecha e presença. Também ganhei uma barriguinha, mas hey, sou humana, ok? E, na verdade nunca havia ligado muito para o que como ou deixo de comer. Não engordar era um paradoxo, eu sempre comi besteiras demais. Além disso, dieta é coisa dusinfernos. Como alguém consegue ser feliz só comendo salada? Resolvi desistir e contemplar minha nova embalagem.

Siga até chegar ao fim...
Grilos à parte, fui atrás da carreira. Primeiro passo: começar a faculdade. Segundo passo: tentar conseguir a bolsa. Terceiro passo: me adaptar à falta de tempo pra estudar e pra relaxar.
O primeiro passo foi fácil: almoçar em casa todos os dias e parar de comprar seriado foi duro, mas possível. Pagar a faculdade era mais importante. O segundo passo foi agonizante: será que eu consigo a bolsa? E se não conseguir? Aimeudeus, o que vou fazer???
Com gritos de alegria da minha mãe e suspiros de alívio da minha parte, consegui a bolsa. Thanks Lord. Agora é me adaptar, o que me leva ao terceiro passo. A bolsa consiste em perder 6 horas do meu precioso sábado e 6 horas do meu querido domingo (eu NUNCA mais digo que estou 'endomingada'!) pra entreter crianças de uma comunidade no morro. No morro? Me desesperei, claro. Eu nunca vou aos morros de Santos. Nem mesmo na festa junina do Morro da Nova Cintra, onde a cidade inteira vai todos os anos. Nem pra dar uma passeadinha. Nervosa por não saber onde ficava a escola, procurei no google earth, no apontador.com, no site da prefeitura. Não dormi na véspera do 1º dia. Tudo em vão: a escola era mega fácil de localizar e material pra passar o tempo é o que não falta por lá. Mas ainda existe a adaptação. Conciliar trabalho estressante+professores exigentes+10 livros pra ler+escola da família 'tá fácil não. Mas só tentando é que eu vou saber se aguento ou não pegar meu laço mágico, vestir o short azul e calçar as botas vermelhas nos proximos 3 anos.
Mas acontece que Letras é phoda de bom. E a universidade é melhor do que eu esperava. Os professores são incríveis, antropologia arrasa e Linguística é o que há. Pessoas inteligentes, interessadas e amigáveis também são outro ponto positivo. Acho que nem ponto negativo tem. O que tá pesando mesmo é o stress. Estudar, trabalhar e trabalhar ainda mais no fim de semana é pra quem PODE (no sentido de poderes físicos!). Mas só de imaginar meu futuro numa editora, ou até mesmo lecionando, trabalhando com palavras, línguas... Ah! Não tem como não continuar!

E então pare.
Com isso tudo quero dizer que a vidabandida tá me pressionando, o tic tac tá frenético mas eu tou aqui. Escrever sempre foi e sempre será minha maior forma de terapia, meu refúgio. Várias vezes quis escrever, tinha mil assuntos e idéias, mas não tive tempo de postar vírgula alguma.
Sem tempo pros livros que eu jurei que ia ler antes de começar a estudar, sem tempo pra rever meus seriados (q saudade das sessões de séries/ filmes regados à fandangos 200g, coca-cola e bis branco que eu fazia toda sexta-feira!), sem tempo até de sair com os amigos. Mas é preciso algum sacrifício, não é? E se pra conseguir me formar em algo que eu AMO fazer eu precise aguentar stress de RH, criança gritando no meu ouvido e ataque de mosquitos famintos, que seja. Bring it on, baby! O que eu vou levar pra mim vai ser muuuuuuito maior que tudo isso!

Até qualquer brecha que aparecer nos meus dias de Lola. =]
(Ah! Que parar o quê! Eu quero mais é uma pós!)
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