domingo, 31 de março de 2013

Do verbo querer

Queria um tanto de coisas que o tempo nem me permite querer. Mas como eu sou teimosa, eu queria mesmo assim.
Queria poder resolver os problemas mais rápido, enxergar mais além e decidir mais pelo certo;
Certo e de acordo com o meu querer...
Queria que essas decisões não se tornassem bichinhos mordedores dentro do meu coração, transformando-se em angústia;
Queria não sofrer tão fácil e nem aguentar tão quieta;
Queria poder gritar bem alto, pro mundo inteiro tomar conhecimento das minhas felicidades e dos meus anseios;
Queria não ter que usar uma máscara simpática vez ou outra, só porque a regra do bom viver assim o quer...
Queria eu poder fazer o que quero!
Quem me dera um dia poder ser livre dessas amarras...
Quem?
E quem pode dizer o que eu devo querer?
Será que eu me pegaria querendo o que não quero realmente?
Queria tudo ao mesmo tempo agora,
E não queria querer nada,
Pois querer é uma agonia,
Um desalento,
Se ao se querer não se tiver,
Vira um martírio, uma dor, um comichão.
Por mais que eu queira parar de querer...
Mas se é inevitável, então quero tudo e quanto o mais puder carregar
Dentro de tudo o que quero
E tudo o que desejo...
Queria um espaço de tempo,
Uma brecha, uma fenda...
Uma lacuna no tempo e no espaço
Pra que eu pudesse escolher o que querer
E o que deixar pra querer depois
Mas esse tempo não quer parar
Um minuto sequer,
E a vida assim o acompanha -
Vida de quem quer que seja -
Pois não há nenhum querer acima da vontade do tempo...
Queria que esse mesmo tempo quisesse passar mais devagar, pra que eu pudesse querer outras coisas...
Mas já que o tempo é absoluto no seu querer,
continuo querendo tudo o que posso, até onde quero... 
E até não querer mais.
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