domingo, 30 de maio de 2010

Acordar, crescer, mudar.

Algumas decisões mudam tudo. Transformam toda a rotina que se conhece e a qual se está acostumado em um buraco negro, onde nada é visível. No entanto é sabido, com absoluta certeza, que neste grande buraco negro estão vivências totalmente inesperadas, por uma única razão: nunca havia se imaginado tais ocasiões, até o momento da decisão.
Mudar é fácil. Decidir é fácil. Difícil de lidar e aterrorizante é a pergunta aparentemente inofensiva que vem depois: será que isso vai dar certo?
Um tiro no escuro é um risco. Mas todo ser vivo está arriscado a incontáveis perigos, vindos sabe-se lá de onde, resultando sabe-se lá em quê. Porém, isso também se encaixa nas alegrias, nas conquistas, nas realizações.
Talvez uma sentença intrépida seja arriscada o bastante para mudar toda uma vida e é onde se tem 50% de chance de torná-la mais colorida, mais significante, mais... Viva. Nem é preciso qualquer regra pra que se tome uma decisão de mudar; não existe idade, nem hora nem lugar. A única regra, talvez, seja não ponderar muito a respeito, pois o ponteiro incessante do relógio pode até parar por falta de bateria, mas o tempo que aquele ponteiro representa não precisa de bateria alguma pra continuar correndo - corre tanto que muitas vezes nos surpreendemos ao ver o quanto. O mundo gira em torno de decisões... São escolhas feitas a cada minuto, sem que se perceba ou que se leve em conta as mudanças concludentes que se firmarão.
E, levando em conta tudo o que se viveu até aqui e todas as horas que se fizeram numa vida, não tomar grandes decisões, sabendo o quanto são significativas, é burrice. Desperdício. É parar num tempo que não pára, como ignorar o tic tac que não precisa de som pra se fazer ouvir.
Este seria então o fatídico fim.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

I'll be there 4 u

Sair de madrugada pra comprar um pacote de doritos no supermercado;
Comer quilos de salgadinhos e chocolates vendo filme num sábado de frio e chuva;
Ir à mesma balada todo fim de semana até decorar as músicas, as pessoas e as piadas;
Baladas inesquecíveis;
Inventar um novo tipo de brigadeiro;
Fazer passeios não planejados a São Paulo em pleno Natal e descobrir um dia mágico;
Filmes tristes com finais revelados antes da hora (seguidos de buscas incansáveis por sorvete às 2h da manhã);
Papos cabeça misturados a sucos de polpa de fruta e maresia;
Vício em seriados em comum;
Passeios noturnos inusitados;
Piadas internas;
Caminhadas revigorantes;
Parques de diversão.
Se existisse uma lista do que se pode fazer pra se divertir em grupo, estes com certeza seriam alguns itens. Momentos assim só podem lembrar e significar uma coisa: amigos.
A família é a base que nos gera, nos cria e nos direciona mas são os amigos que nos proporciona as alegrias que só foram possíveis porque todas aquelas pessoas especiais estavam juntas, compartilhando segredos, novidades, idéias e opiniões. As situações mais bizarras, os momentos mais reveladores, as decisões mais significativas; amigos são essenciais nessas e em praticamente todas as fases pelas quais passamos, seja aconselhando, ouvindo, sendo ouvido, brigando, consolando. Os maiores amigos são aqueles que não se importam se você é chato, feio, prepotente ou instável: suportam sua personalidade por que te escolheram e te amam do jeito que você é.
Nas amizades reais não existem expectativas, favores ou cobranças. Assim como são os verdadeiros amores, as amizades duram por causa da prontidão - o respeito, a cumplicidade e o afeto nos levam a ajudar, confiar e se envolver sem esperar ter qualquer coisa de volta.
Os amigos são aquela parte da nossa família que nos completam por que conhecem o lado que nossos pais, irmãos e tios sequer imaginam que existe. Tudo o que naturalmente ocultamos de nossa família está na memória dos nossos amigos, e a tarefa naturalmente aceita de carregar essa parte é que faz deles os nossos cúmplices. É por essa razão que a importância que eles tem em nossas vidas toma um espaço tão grande e considerável a ponto de nos colocarmos em segundo plano em certas ocasiões por puro altruísmo desenvolvido a partir do puro afeto.

Bom é saber que as amizades duram por serem significativas pra ambas as partes. Melhor ainda é ver que em muitos momentos, as mesmas pessoas que estão ao seu lado hoje são as que estiveram juntas naquele dia em que todos os sorrisos pareciam pertencer a um único grupo de pessoas formado por você e seus melhores amigos.

Assim sendo, amizade que se faz presente em espírito é real e imortal, ainda que pelo caminho surja casamentos, filhos, perdas, distância, novos relacionamentos.

Tenho dó da pessoa que não cultiva amigos. Quão triste e solitária ela será aos 70?
*para Celle, Nina, Ju, Juninho e Fe.
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