Algumas decisões mudam tudo. Transformam toda a rotina que se conhece e a qual se está acostumado em um buraco negro, onde nada é visível. No entanto é sabido, com absoluta certeza, que neste grande buraco negro estão vivências totalmente inesperadas, por uma única razão: nunca havia se imaginado tais ocasiões, até o momento da decisão.
Mudar é fácil. Decidir é fácil. Difícil de lidar e aterrorizante é a pergunta aparentemente inofensiva que vem depois: será que isso vai dar certo?
Um tiro no escuro é um risco. Mas todo ser vivo está arriscado a incontáveis perigos, vindos sabe-se lá de onde, resultando sabe-se lá em quê. Porém, isso também se encaixa nas alegrias, nas conquistas, nas realizações.
Talvez uma sentença intrépida seja arriscada o bastante para mudar toda uma vida e é onde se tem 50% de chance de torná-la mais colorida, mais significante, mais... Viva. Nem é preciso qualquer regra pra que se tome uma decisão de mudar; não existe idade, nem hora nem lugar. A única regra, talvez, seja não ponderar muito a respeito, pois o ponteiro incessante do relógio pode até parar por falta de bateria, mas o tempo que aquele ponteiro representa não precisa de bateria alguma pra continuar correndo - corre tanto que muitas vezes nos surpreendemos ao ver o quanto. O mundo gira em torno de decisões... São escolhas feitas a cada minuto, sem que se perceba ou que se leve em conta as mudanças concludentes que se firmarão.
E, levando em conta tudo o que se viveu até aqui e todas as horas que se fizeram numa vida, não tomar grandes decisões, sabendo o quanto são significativas, é burrice. Desperdício. É parar num tempo que não pára, como ignorar o tic tac que não precisa de som pra se fazer ouvir.
Este seria então o fatídico fim.